O Cruzeiro perdeu para o Bragantino por 1 a 0 e viu a chance de embalar no Campeonato Brasileiro escapar. A derrota, embora tenha mostrado alguns pontos positivos, destacou alertas sobre as ideias do técnico e a composição do elenco.
Leonardo Jardim abriu mão de seu discurso sobre rodagem do time e manteve a base titular contra o Bragantino, priorizando a consolidação de um time. A única mudança foi a improvisação de Jonathan Jesus na lateral direita, após perder Fagner e William.
Foi essa formação que produziu os melhores momentos do Cruzeiro em Bragança, embora o time tenha levado um gol cedo devido a um erro de Cássio na saída de bola, em um momento de instabilidade. Nos primeiros 20 minutos, a equipe sofreu com a falta de saída de bola e baixa eficiência na pressão.
Entretanto, esse período foi uma exceção durante os 56 minutos do primeiro tempo. O Cruzeiro não foi brilhante, mas mostrou um sistema funcional, com retomada rápida de posse e boas triangulações. O que faltou foi acabamento e eficiência, pois um empate naquele momento seria mais justo.
Na volta do intervalo, os problemas do Cruzeiro se acentuaram. Apesar de ter carimbado o travessão de Lucão e Kaio Jorge perdido uma chance quase na pequena área, o time caiu coletivamente em comparação com o primeiro tempo, tornando-se dependente apenas de bolas levantadas na área.
Os problemas começaram após as mudanças feitas por Leonardo Jardim.
Ele substituiu Christian, que não teve uma boa atuação, por Gabigol, o que enfraqueceu o meio-campo, sobrecarregando a marcação e comprometendo a criação. A ideia do treinador parecia ser aumentar a presença na área, mas isso não ocorreu, já que Kaio e Gabigol precisaram sair para buscar o jogo.
Em seguida, Jardim fez outras mudanças, colocando Dudu, Eduardo, Walace e Dinenno, mas nenhum deles conseguiu alterar o rumo da partida. O Cruzeiro seguiu mal, sofrendo nas transições, e só gerou expectativa de empate em cobranças de faltas, que ainda são pouco eficientes.
Não se trata de uma crítica individual às substituições, embora Gabigol, Dudu e Eduardo não tenham ajudado ofensivamente nas últimas partidas. O que chama atenção é que, neste momento, o Cruzeiro parece dependente de uma única estrutura para ter um jogo confiável.
Ter uma base é essencial para qualquer time funcionar, mas, atualmente, o elenco do Cruzeiro não tem peças de reposição que mantenham a engrenagem. Isso não se refere à qualidade técnica, mas sim às características do grupo, já que a montagem não foi planejada para o estilo de jogo de Leonardo Jardim.
O técnico deu um passo importante ao definir a formação ideal, mas enfrenta um desafio: com a sequência de jogos e as mudanças frequentes no time, precisará encontrar alternativas coletivas com pouco tempo para trabalhar ou adaptar jogadores individualmente para manter o modelo que mostrou potencial. Essas são as opções disponíveis até a janela de transferências no meio do ano.