A Polícia Federal indiciou Bruno Henrique, atacante do Flamengo, na última terça-feira (5), por suspeita de manipulação de resultado. Segundo as investigações, o jogador teria forçado um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, em 2023, com o objetivo de beneficiar cerca de 10 apostadores — incluindo familiares.
De acordo com o portal Metrópoles, parentes do atleta teriam lucrado aproximadamente R$ 1 mil com as apostas relacionadas à advertência. As apostas foram feitas previamente, com conhecimento de que o jogador receberia o cartão amarelo durante o jogo.
O caso segue sob investigação, e os envolvidos podem responder por crimes como estelionato e fraude esportiva, segundo a Lei Geral do Esporte.
Três dos dez apostadores investigados pela Polícia Federal são familiares de Bruno Henrique: o irmão, a cunhada e a prima. Juntos, eles movimentaram R$ 4.967,01 em apostas.
Além disso, outros seis apostadores, sem ligação direta com o jogador, também participaram do esquema, agindo de forma coordenada.
Veja os valores das apostas feitas por familiares de Bruno Henrique, do Flamengo, em esquema investigado pela Polícia Federal:
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Wander Nunes Pinto Júnior (irmão) – Apostou R$ 380,86 e obteve um retorno de R$ 1.180,67 na partida contra o Santos.
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Ludymilla Araújo Lima (cunhada) – Realizou apostas em duas plataformas. Na primeira, investiu R$ 380,86 e recebeu R$ 1.180,67. Já na segunda, apostou R$ 500,00 e lucrou R$ 1.425,00, também no jogo contra o Santos.
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Poliana Ester Nunes Cardoso (prima) – Apostou R$ 380,86 e teve um retorno de R$ 1.180,67 na mesma partida.
Durante a investigação, a Polícia Federal encontrou no celular do irmão do jogador, Wander Nunes, mensagens que comprometeriam Bruno Henrique e o ligariam diretamente ao esquema de manipulação.
Diante das evidências, o atacante foi indiciado por estelionato e fraude em competição esportiva.
A conversa entre Bruno Henrique e seu irmão escancara o esquema de manipulação. Em 29 de agosto, os dois trocaram mensagens que não apenas levantam suspeitas — elas praticamente confirmam a armação para forçar um cartão amarelo no Brasileirão. Revelado pelo Metrópoles, o diálogo é direto, sem rodeios, e mostra o jogador tratando a fraude como se fosse uma jogada qualquer.
Veja o diálogo:
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Wander: “Ô tio, você está com 2 cartão no Brasileiro?”
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Bruno Henrique: “Sim.”
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Wander: “Quando [o] pessoal mandar tomar o 3, liga nós hein kkkk”
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Bruno Henrique: “Contra o Santos.”
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Wander: “Daqui quantas semanas?”
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Bruno Henrique: “Olha aí no Google.”
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Wander: “29 de outubro. Será que você vai aguentar ficar até lá sem cartão? kkkkkk”
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Bruno Henrique: “Não vou reclamar. Só se eu entrar forte em alguém.”
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Wander: “Boua, já vou guardar o dinheiro. Investimento com sucesso.”
As mensagens não deixam margem para dúvida: Bruno Henrique articulou o cartão amarelo contra o Santos. A jogada foi combinada, pensada e executada. Esse lance vergonhoso é o ponto-chave que levou a Polícia Federal a indiciá-lo por estelionato e fraude em competição esportiva.